sábado, 3 de abril de 2010

Rolando o Globo ou Rolando a Globo...

Servidores respondem à grande mídia e põem a Globo para correr

O funcionalismo público do estado de São Paulo demonstrou à grande mídia que não aceitará calado à campanha de criminalização dos movimentos sociais e de proteção ao presidenciável tucano, José Serra. Milhares de servidores protestaram, nesta quarta-feira (31), contra o viés autoritário e manipulador dos principais veículos de comunicação na cobertura de manifestações.

As espontâneas reações foram um dos pontos mais inusitados do “bota-fora” promovido por 42 entidades sindicais para marcar a saída de Serra do governo paulista. Também na quarta-feira, o tucano se desincompatibilizou do cargo para disputar a Presidência da República. Sua última cerimônia como governador, por sinal, recebeu apaixonado respaldo da imprensa conservadora.

Os manifestantes começaram a responder à mídia já no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, onde milhares se pessoas se concentraram no “bota-fora”. Mas o protesto mais enfático ocorreu horas depois, em frente à Secretaria da Educação, na Praça da República, durante a assembleia dos professores da rede estadual.

Aos gritos de “Globo não!”, “Fora!” e “Abaixo a Rede Globo”, manifestantes expulsaram uma equipe da emissora carioca, que estava num link ao vivo. Como em tempos mais sombrios, a Globo buscou guarida da Polícia Militar ― e foi calorozamente acolhida. Servidores também lançaram palavras-de-ordem contra a Folha de S.Paulo e balançaram a câmera de um repórter da Folha Online.

As imagens foram registradas pela própria Folha (Veja o vídeo em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u714789.shtml). A queixa maior do funcionalismo diz respeito à cobertura da greve do professorado. Desde o início da paralisação, em 8 de março, veículos como a Folha e O Estado de S.Paulo vêm ridicularizando o movimento, tachando-o de “político”, “petista” e “eleitoreiro”.

Reportagens, matérias, artigos e editoriais sobre a greve se furtam a analisar a justeza das reivindicações e a estimar a verdadeira adesão da categoria. Em vez disso, fazem coro com as declarações oportunistas de Serra e do secretário da Educação, Paulo Renato.

De São Paulo,
André Cintra

Fonte: Vermelho

http://www.vermelho.org.br/index.php

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