segunda-feira, 12 de abril de 2010

PIG - Partido da Imprensa Golpista...

O que a imprensa publica sobre a APEOESP e a luta dos professores:

- O Estado de S.Paulo

Duas semanas após ter proposto aos seus liderados que quebrassem a "espinha dorsal do governador José Serra e do governo do PSDB", durante uma passeata em frente ao Palácio dos Bandeirantes, a presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha, teve de deixar a tumultuada assembleia que aprovou o encerramento da greve da categoria, iniciada no dia 8 de março, escoltada por seguranças, sob palavrões, chuva de ovos e duas bombas caseiras. Dos 220 mil professores da rede estadual, somente 1.500 compareceram ao evento, que mais uma vez paralisou a região da Avenida Paulista.

Sempre agindo como um dos braços do PT, a Apeoesp, que é vinculada à CUT, deflagrou a greve com o objetivo de criar constrangimentos políticos a Serra, nas vésperas de se desincompatibilizar para lançar sua candidatura à Presidência da República. Para disfarçar o caráter eleiçoeiro da paralisação, a Apeoesp apresentou uma extensa e absurda lista de reivindicações.

Além de exigir um reajuste salarial de 34,3%, pleiteou a suspensão de todas as medidas adotadas pela Secretaria da Educação para melhorar a qualidade do ensino na rede pública de ensino básico ? como os exames de avaliação de desempenho docente, as provas de promoção por mérito e a escolha dos docentes temporários por meio de concurso público.

Sem terem conseguido ver atendida qualquer reivindicação, as lideranças sindicais saíram da greve inteiramente desmoralizadas, pois o governo agiu com rigor. Não só cortou o ponto dos faltosos, como também vai descontar do salário dos grevistas os dias não trabalhados e exigir que reponham as aulas que deixaram de ser dadas, para evitar prejuízos para os alunos.

Ao justificar o fracasso da greve, os dirigentes da Apeoesp acusaram as autoridades estaduais de terem agido de modo autoritário, recusando-se a negociar. Desde o início da paralisação, contudo, ficou evidente que os líderes da entidade careciam de representatividade. Como só 12 mil docentes ? 5,5% do magistério público ? cruzaram os braços, a maioria das 5,5 mil escolas da rede pública continuou funcionando normalmente. Segundo a Secretaria da Educação, a greve afetou 1% da rede escolar.

Para ocultar o fracasso do protesto, desde o início as lideranças sindicais recorreram a dois velhos e surrados expedientes. O primeiro foi escolher o vão livre do Masp para realizar "assembleias", com o objetivo de provocar congestionamento na região da Paulista e tentar passar a imagem de força. O segundo expediente foi realizar passeatas em locais proibidos para obrigar a Polícia Militar (PM) a intervir e, com isso, ter pretexto para acusar o governo de agir com violência.

Além de moralmente condenáveis, por converterem a população paulistana em massa de manobra de uma corporação profissional, esses expedientes estão custando caro para a Apeoesp. No ano passado, o Tribunal de Justiça condenou a entidade a pagar R$ 1,2 milhão para o Fundo de Interesses Difusos, por ter feito uma passeata em 2005 em desacordo com a legislação. A Corte decidiu que o exercício do direito de greve não pode desprezar o direito de terceiros. Entre 2008 e 2009, os diretores da Apeoesp voltaram a desrespeitar decisões judiciais que proibiam manifestações de protesto em vias públicas. E o Ministério Público estadual já solicitou à CET e à PM relatórios sobre os prejuízos acarretados à cidade pela paralisação da Avenida Paulista por três sextas-feiras consecutivas em março. Esses dados subsidiarão novas ações de ressarcimento.

O fracasso da greve e a desmoralização dos dirigentes da Apeoesp deixaram claro a insatisfação do professorado da rede escolar paulista com a tentativa de exploração política de suas reivindicações corporativas. A categoria já descobriu que, enquanto suas lideranças sindicais estiverem agindo como braço auxiliar de agremiações partidárias, as reivindicações corporativas, muitas delas justas e procedentes, não serão atendidas.


Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100410/not_imp536328,0.php

Um comentário:

  1. A notícia fala do constrangimento de Serra em ano político e mais uma vez tenta mudar o foco dos fatos, prefere falar do caos causado ao trânsito. Esquece de falar do esquecimento em que nossa categoria vem enfrentando, do constragimento de 12 anos sem reajuste salarial, da sucateação da escola pública. Estamos manifestando para formar pessoas que no futuro possam ser críticas e ter discernimento e avaliar que alguns meios de comunicação só servem a dominação e opressão.

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